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quinta-feira, 27 de março de 2014

ESTUDO BÍBLICO: Salmo 75

EXALTADA SERÁ A  HONRA  DOS  JUSTOS
Texto Bíblico: Salmo 75
Hinos: 151 CC, 255 CC


















Deus, o grande Juiz dos povos
Ao mestre do coro, de acordo com a melodia Não Destruas.  Um salmo e cântico da família de Asafe.
75 Nós te exaltamos, ó Eterno; graças a ti rendemos, e sentimos a proximidade de tua presença; todos proclamam os teus feitos maravilhosos.
2 Pois disseste: “Quando Eu escolher o tempo apropriado, farei justiça com retidão.
3 Trema, entretanto, toda a terra com seus habitantes. Eu lhe firmei as colunas.
4 Aos arrogantes ordenei: Não sejais insolentes! E aos ímpios repreendo: Não levanteis a vossa fronte.
5 Não ergais com soberba a vossa voz contra os céus; não faleis com insolência contra a Rocha”.
6 Não é do Oriente nem do Ocidente, tampouco é do deserto, ao sul, ou das montanhas ao norte que vem a vitória.
7 É Deus quem julga: a um rebaixa, a outro eleva!
8 O SENHOR tem na mão uma taça, cujo vinho espuma, cheio de mistura; dele dá a beber: sorvem-no até a última gota, bebem-no todos os ímpios da terra.
9 Quanto a mim, para sempre proclamarei esses feitos; cantarei louvores ao Deus de Jacó.
10 O orgulho dos perversos abaterei, porém exaltada será a honra dos justos.
INTRODUÇÃO
Este salmo é uma oração de ação de graças e adoração prestada a Deus.
Tudo indica que o salmista reflete neste texto o tempo em que a Assíria ameaçava Israel, e o povo de Israel buscava alianças e ajuda do Oriente e do   Ocidente e os profetas, incluindo Isaías, condenavam essa atitude, dizendo que deveriam buscar ajuda do Senhor. (II Reis 18:13-19:37)
A Septuaginta   associa este salmo à invasão assíria.
Este é um poema que exulta a soberania e equidade do SENHOR.
Equidade - Reconhecimento de que os direitos são iguais para todos, expresso em julgamento, ação, atitude etc.; EQUIVALÊNCIA; IGUALDADE. Caldas Aulete
Equidade significa que “Deus julga a todos, sem fazer acepção de pessoas!”Atos 10:34
Dentro deste contexto o salmista escreve para confortar e fortalecer o povo de Deus, ressaltando que, o povo de Deus é honrado, e Deus exalta a honra do Seu povo!
1. É A PRESENÇA DE DEUS QUE EXALTA A HONRA DOS JUSTOS. (1)
O ímpio deve ter muito cuidado para não blasfemar de Deus e do Seu povo, porque Deus é a  “Rocha” do Seu povo. (4-5)
Rocha simboliza a natureza inabalável de Deus e a segurança que o crente tem Nele.
Nós, os cristãos temos na pessoa de Cristo, a nossa Rocha (Pedra) fundamental. “Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. (1Co. 3.11).
Uma verdade ressaltada pelo salmista é que a presença de Deus, que honra o justo,  é resultado da “graça divina”. (1)
Graça é favor imerecido. A Sua presença e tudo o que faz por nós, não é pelo que somos ou fazemos.
Por sermos pecadores, não merecemos a presença de Deus em nossas vidas, nem que dirija as nossas ações.
A Sua presença e tudo o que Ele faz por nós, é por pura graça.
É fantástico saber que pela Sua graça, Deus exalta a honra dos seus servos.
2. A EXALTAÇÃO DOS JUSTOS  VEM INTEIRAMENTE DE DEUS. (6-7)
Pela Sua decisão Deus não deixará passar em branco as atitudes insensatas dos incrédulos e maldosos, e exigirá a devida prestação de contas,  ao mesmo tempo em que Ele exaltará a honra dos seus servos. (7,10)
Essa é uma obra do julgamento de Deus em duas etapas:
  1. O Julgamento Final que será determinado exclusivamente pelo próprio Senhor, segundo sua graça, justiça e sabedoria absolutas.
  2. Segundo o que diz toda a  Bíblia, Deus está olhando diariamente a todos os homens, e muito do que no cotidiano acontece em suas vidas, é resultado do julgamento divino:

O salmo em estudo inclui tudo isso como Deus julgando a todos os homens. (7):
2.1- Ele rebaixa a quem quer. (7)
2.2- Ele eleva a quem quer. (7)
O  salmista está dizendo aqui que, a vida de todos os homens, está nas mãos de Deus.
Todas as ações dos homens, para serem bem sucedidas,  dependem de Deus.
 “Farei justiça” (2) “julgarei”, envolvem duas ações distintas:
  1. Condenar o culpado, punindo os que fazem o mal.   
  2. Recompensar os que fazem o bem.

O texto é claro que Deus é contra e punirá a arrogância dos ímpios e a sua teimosia em desafiá-Lo. (4-5)
“Ele dá força e poder aos justos e destrói os maus e transgressores!” (7) NBV
Assim, Deus é apresentado como o Soberano Governador do mundo, e com o Seu controle do universo está seguro que o julgamento será certo e justo. (2-5)
Deus é o Supremo Juiz. A vida de todos, quer queiram ou não, está sujeita  a Ele, seja para condenação ou para a salvação.
Deus é quem julga os homens, para rebaixá-los, ou para elevá-los. (7) 
Não em um lugar determinado, mas em um tempo determinado, exercendo o Seu papel de Juiz, Deus fará a justiça certa, exaltando a honra dos justos.
3. DEUS EXALTA A HONRA DOS JUSTOS COM VITÓRIAS. (6)
Mesmo sob as piores circunstâncias o Senhor é o alicerce de seu povo.
Por isso, nenhum obstáculo ou confusão deve nos impedir de fazer aquilo que Deus requer de nós.
Quanto mais as coisas estiverem desarranjadas e confusas, mais prontamente devemos buscar o Senhor, submissos à Sua santa e soberana vontade.
Precisamos crer que,  o socorro que precisamos, vem somente de cima, do Senhor: “Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação!” Tiago 1:17
Se procurarmos ser honrados como servos de Deus, Ele exaltará a nossa honra com bênçãos e vitórias.
CONCLUSÃO
A Palavra de Deus deixa claro neste texto bíblico, que qualquer posição que alcançarmos na vida, é operação de Deus. O crédito é de Deus.
Como disse Jesus em sua Oração Intercessória em João 17, vivemos num mundo violento e cruel, degenerado pelo mal, e no meio deste mundo armado e violento contra os servos de Deus, devemos confiar que Deus cuida daqueles que nele confiam.
A decadência moral de um povo ou geração jamais afetará os fundamentos da justiça divina, como disse o escritor aos Hebreus:
“Por isso, tendo recebido um reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente, com reverência e piedade!” Hebreus 12:28
Um resumo pode ressaltar as duas verdades deste salmo:
-Deus pune e destrói os ímpios em sua vida de transgressões, de tal maneira que, num tempo determinado  por Ele, tudo o que era bom foi transformado em ruínas. (Salmo 1:6)
-Com a Sua presença Deus abençoa o crente em todas as situações, e isso produz adoração e louvor.
O apelo que o salmista inspirado por Deus faz, é que, é um péssimo negócio, querer viver afastado e contra a vontade de Deus.
Neste apelo o salmista, com experiência própria está afirmando que o melhor é viver na presença de Deus, amando-O e fazendo a Sua vontade, porque Deus exalta a honra a quem O honra!
Isso quer dizer que Deus dignifica, enobrece e Enaltece a honra de quem O honra.

Pr. José das Graças Silva Oliveira



segunda-feira, 24 de março de 2014

ESTUDO BÍBLICO: Salmo 74

A INTERVENÇÃO DIVINA EM SITUAÇÕES ANGUSTIOSAS DA VIDA
Texto Bíblico: Salmo 74
Hinos: 334 CC e 329 CC, 330 CC
Lamento sobre a ruína do templo
Poema da família de Asafe.
74 Por que, ó Deus, esta rejeição sem fim, esta ardente cólera contra as ovelhas de teus pastos?
2 Lembra-te da comunidade que adquiriste desde a origem, da tribo que remiste como herança, do monte Sião, onde fizeste tua morada!
3 Dirige teus passos para essas eternas ruínas! O inimigo tudo devastou no santuário.
4 Teus adversários rugiram no lugar de tua assembléia, erigiram seus estandartes como insígnias.
5 Pareciam homens a brandir o machado em mata espessa,
6 ao despedaçarem todos os entalhos, a golpes de machado e malho.
7 Atearam fogo ao teu santuário, derrubaram e profanaram a morada do teu Nome.
8 Disseram em seu coração: “Juntos vamos oprimi-los!” E incendiaram, no país, todos os lugares de encontro com Deus.
9 Não mais vemos nossas insígnias, já não há profeta e não temos alguém, entre nós, que saiba até quando:
10 até quando, ó Deus, tripudiará o adversário? Blasfemará o inimigo teu Nome,sem cessar?
11 Por que retrais tua mão, e reténs tua destra contra o peito?
12 No entanto, Deus é rei desde sempre, é ele quem realiza vitórias na terra.
13 Com tua força fendeste o mar, e despedaçaste, sobre as águas, as cabeças dos monstros marinhos.
14 Esmagaste as cabeças do Leviatã e o serviste de alimento aos habitantes do deserto.
15 Fizeste jorrar fontes e torrentes, e secar rios impetuosos.
16 O dia é teu, é tua a noite; criaste a luz e o sol.
17 Os limites da terra estabeleceste; verão e inverno foram por ti determinados.
18 Lembra-te, em teu poder, de que o inimigo te ultrajou, ó Eterno, e de que o povo infame contra teu Nome blasfemou.
19 Não permitas que seja entregue às feras a alma de tua pomba, Israel, nem esqueças para sempre a vida dos teus filhos!
20 Considera a aliança, pois os esconderijos do país encheram-se de covis da violência.
21 Não permitas que o oprimido se retire humilhado! Faze que o pobre e o necessitado louvem o teu Nome.
22 Levanta-te, ó Eterno, e defende a tua causa; lembra-te de como os insensatos zombam de ti dia e noite.
23 Não ignores o rugido dos opressores, o alvoroço dos que se erguem contra ti, e destrói-os para sempre!
INTRODUÇÃO
Este salmo é um Maschil de Asafe. Um salmo instrutivo.
A história da igreja sofredora está presente aqui, e sempre edificante em meio aos seus grandes desafios.
O salmista lembra que está falando sobre o povo escolhido de Deus, libertado da escravidão, para ser propriedade exclusiva do Senhor. (2) NBV
O panorama visto pelo salmista é de desolação:
  • Os inimigos, possivelmente os caldeus, haviam invadido e destruído Templo e a cidade. A data provável seria 586 a.C. É possível que Jeremias 52:13-17 seja referência aos mesmos fatos.
  • Os símbolos da fé do povo de Deus foram substituídos por símbolos ímpios e idólatras. (4,9ª)
  • A vida religiosa do povo de Deus fora substituída por um mar de blasfêmias ao Nome de Deus. (10,22b)
  • O templo que era o maior monumento da fé israelita, fora destruído totalmente.

A intenção dos inimigos politeístas era destruir os dois monumentos fundamentais da fé do povo israelita:
  1. O Templo, lugar onde os israelitas criam que Deus falava dali. (7-8)
  2. A fé monoteísta que Deus deu ao Seu povo. (Êxodo 20:1-5)

Devido à apostasia dos israelitas algumas bênçãos divinas não estavam sendo recebidas:
  • A mensagem profética e consoladora desapareceu. (9). Tal mensagem  havia perdido a confiança e aceitação por parte do povo.

  • Desapareceram os milagres divinos  de libertação. (11-12)

Era uma situação que dava a entender que, Deus havia se afastado do Seu povo. Porém, sabemos que sempre é o homem que se afasta de Deus. Isso é o que registra o nosso texto, e por isso a  situação angustiosa nos ensina algumas lições.
1. EM SITUAÇÕES ANGUSTIOSAS, DEUS INTERVÉM QUANDO O BUSCAMOS COM CONFIANÇA  (4-17)
Este povo entrou em uma situação angustiosa, porque abandonou a Deus, substituindo-O por ídolos pagãos, e desobedecendo a Palavra de Deus.
Isso é o que acontece, quando o homem conhece a Deus e os seus propósitos, e deixa de viver conforme a vontade Dele.
Mas este salmo nos conforta ao deixar claro que, mesmo assim, podemos buscar a Deus com confiança através da oração:
  • Sendo específicos na oração (4-11)
  • Lembrando que Deus, sempre que o Seu povo o buscou, Ele perdoou e agiu em seu favor. (12-17)
Mesmo concluindo que a tragédia fosse resultado da “ira de Deus” contra o pecado do povo, a mensagem do salmista é que, mesmo que os Seus o abandonem, Deus como Pastor não abandona os Seus e intervém em favor deles.
2. DEUS INTERVÉM QUANDO O BUSCAMOS, CERTOS QUE O SEU PODER É ETERNO (16-17)
Os sinais citados no texto eram as manifestações miraculosas de Deus entre o Seu povo, e sempre serão um sinal de Deus entre os Seus servos.
O salmista sente-se confortável, lembrando-se das ações de Deus no passado, quando em ações miraculosas, abençoou e deu as vitórias que o Seu povo buscou nEle.
  • Criando e administrando tudo o que existe, e tudo para abençoar o homem que Ele criou. (16-17)
  • No êxodo abrindo o mar, para o Seu povo passar com pés enxutos, e com o mesmo milagre dando vitória cabal contra os egípcios. (15)
  • Fazendo jorrar água da pedra no deserto, para saciar a sede do povo (V. 15, Êxodo 17:1-7)

Neste texto, o salmista aconselha o povo a olhar para o passado, e ver que todas as vitórias no meio do povo foram de Deus.
Há um avivamento de fé,  quando em situações angustiosas, o povo de Deus olha para as vitórias dadas por Deus no passado.
Há avivamento de fé, quando consideramos a constante amostra do poder de Deus na natureza. (12-15)
Olhando para o passado, vendo o que lá Ele operou, podemos confiar inteiramente em Deus, porque “Deus é o mesmo ontem, hoje e eternamente!”
Nas Escrituras Sagradas Ele é constantemente chamado de DEUS ETERNO.
Deus nunca se cansa nem desiste de trabalhar e intervir por nós em nossas situações angustiosas!
3. DEUS INTERVÉM QUANDO FORMOS FIÉIS AO PACTO ASSUMIDO COM ELE. (19-21)
Deus rejeitaria os Seus  sem motivos? Se chegar ao ponto de rejeitá-los, caso se arrependam, esse poderia ser um motivo para perdoá-los e recebê-los novamente, e salvá-los de situações constrangedoras!
Há algumas coisas que precisamos temer como Igreja:
  • Dano ou destruição das nossas Doutrinas Fundamentais.
  • A existência de contendas e divisões dentro da igreja.
  • Depreciação e menosprezo do pecado quando presente na vida da Igreja.

São coisas malignas e qualquer uma delas  derruba uma igreja!
Devemos nos   cuidar e orar contra essas coisas.
A destruição da igreja é o alvo do  inimigo!
O conteúdo central do texto tem tudo a ver com a relação de Israel com Deus:
  • Israel era o povo de Deus!
  • Israel era a Congregação de Deus.
  • O Templo era o santuário escolhido por Deus para as Suas manifestações!

Porém, o povo de Israel esqueceu-se de todos estes privilégios, e afastou-se de Deus, e tudo o que era bom acabou sendo substituído por muitas transgressões.
Devemos nos lembrar que, quem enche as ruas e casas de transgressão e crueldade  são os homens e não Deus.
Os homens amam substituir a luz pelas trevas, praticando obras más. João 3:19-20
Satanás é o dominador das trevas mundanas. (II Cor. 4:4 e Ef. 6:10-18
A solução para tudo isso é a nossa comunhão e intimidade com Deus.
Se nos mantivermos fiéis a Deus, com certeza todas as nossas causas serão causas dele e poderemos fazer a mesma oração do salmista: “Levanta-te, ó Deus, defende a tua própria causa...” (22). 
Vivendo em fidelidade a Deus, podemos nos assegurar que, todas as nossas situações serão causa Dele. Podemos buscá-Lo em oração!
As nossas causas são, também do Senhor!
Deus mesmo defenderá a esperança que depositarmos nele em nossas causas!
É isso que comoverá o Senhor, para que se levante e intervenha em nosso favor.
4. DEUS INTERVÉM QUANDO FORMOS SUBMISSOS A SUA SOBERANA ONIPOTÊNCIA. (12)
Desde Abraão em todas as Suas alianças com o Seu povo Deus prometeu ser o Guardião, que daria segurança e bem-aventurança.
Não há o que temer, pois, podemos ver desde a antiguidade, em Sua  soberania, Deus trabalhando e operando salvação entre os Seus servos.
O salmista vê em Deus o Criador e Salvador eternamente poderoso para:
  • Adquirir e remir o Seu povo! (2,12)
  • Libertar o Seu povo! (19-20), e
  • Consolar os Seus servos fiéis. (21)

Se deixarmos de confiar na carne, confiando e sendo submissos à onipotência de Deus, certamente Ele estará do nosso lado para nos abençoar e dar-nos a vitória.
CONCLUSÃO
Quando vemos como os fiéis de todos os tempos confiaram em Deus, e lutaram com ele em tempos de muita aflição, aprendemos como devemos nos comportar em circunstâncias semelhantes.
A finalidade da mensagem do salmista é enfatizar que, em todas as situações o crente deve confiar em Deus.
As antigas mostras do poder divino são razões para buscarmos em Deus livramentos no presente (12-23).
O segredo da vitória é cuidarmos para que a nossa causa esteja sempre identificada com os propósitos e vontade de Deus.
Assim, podemos orar: “Levanta-te, ó Deus, pleiteia a tua própria causa!” (22)
Deus é fiel para com os chamados à comunhão com Ele.

Pr. José das Graças Silva Oliveira




sexta-feira, 14 de março de 2014

ESTUDO BÍBLICO

 COM TODA  A  CERTEZA DEUS É BOM
TERCEIRO LIVRO
Salmos 73 a 89
A prosperidade e o fim dos ímpios
Um salmo da família de Asafe.
73 Com toda a certeza Deus é bom para Israel, ou seja, para todos quantos cultivam um coração sincero!
2 Quanto a mim, os meus pés quase tropeçaram; por pouco não escorreguei.
3 Porquanto eu acumulava inveja dos arrogantes, ao ver a prosperidade desses ímpios.
4 Eles não passam por crises e sofrimentos, e têm o corpo esbelto e saudável.
5 Estão livres dos fardos cotidianos impostos a todos os mortais, não são atingidos por doenças como a maioria das pessoas.
6 Por isso, a soberba lhes serve de colar e, em seu orgulho, se vestem de violência.
7 Do seu íntimo brota a maldade, assim como da sua mente transbordam todos os ardis.
8 Eles zombam, e suas palavras são repletas de malícia; em sua arrogância exaltam a própria corrupção.
9 Contra os céus dirigem as palavras de suas bocas, e pela terra fazem espalhar a maldade de suas línguas.
10 Por isso, seu povo se volta para eles e se delicia sorvendo suas palavras até saciar-se.
11 Eles questionam: “Acaso poderá Deus saber disso? O Altíssimo se ocupará desses
assuntos?”
12 Assim são os ímpios: sempre seguros, acumulando riquezas.
13 Pensando dessa forma, em vão conservei puro o coração e lavei as mãos em sinal de inocência?
14 Para que me atormento o dia todo, e sou repreendido, toda manhã?
15 Caso levasse a efeito me expressar assim, eu teria renegado a linhagem de teus
filhos.
16 Todavia, quando busquei compreender tudo isso, reconheci que estava diante de uma tarefa muito acima das minhas forças;
17 até que entrei na Casa de Deus, e então compreendi o destino dos ímpios.
18 Na verdade, tu os colocas em terreno escorregadio e os fazes cair na destruição.
19 Como são destruídos de repente, absolutamente tomados de terror!
20 São como um breve sonho que se vai assim que acordamos; quando te levantares, ó Senhor, tu os farás desaparecer.
21 Quando meu coração estava amargurado e no meu íntimo curtia a inveja,
22 era eu um insensato e ignorante; minha atitude para contigo era semelhante a de um animal irracional.
23 Contudo, sempre estou diante de Ti; portanto, tomas a minha mão direita e me susténs.
24 Tu me diriges de acordo com os teus desígnios, e no fim me acolherás em glória.
25 A quem tenho nos céus senão a ti? E na terra, nada mais desejo além de estar junto a ti!
26 Embora minha carne e meu coração definhem, Deus é a rocha do meu coração
e minha herança para sempre.
27 Eis que perecerão os que de ti se afastam, tu exterminas a todos os que te rejeitam.
28 Eu, porém, tenho por felicidade estar na presença de Deus. Em ti, Eterno Deus, deposito minha plena confiança, para proclamar todas as tuas obras!
INTRODUÇÃO
            Os escribas primitivos escolheram este salmo, para abrir o Livro III do Saltério como haviam escolhido o salmo 1 para abrir todo o hinário.
            O Livro III do Saltério é constituído dos salmos 73 a 89.
            A maioria dos comentaristas bíblicos atribui o salmo 73 a Asafe, que era Ministro de Música de um dos coros levíticos de Davi. (Salmo 39;42,50)          
Este salmo aborda uma das questões mais profundas de todos os tempos: “Porque os servos de Deus sofrem, enquanto incrédulos contumazes prosperam?” (Salmo 39,49)
            A conclusão bíblica sobre isso é que Deus é bom para todos os homens, querendo que todos se arrependam e sejam salvem.
 “Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade!” I Tim. 2:3-4 
“O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se!” II Ped 3:9
            Mesmo que os ímpios prosperem nesta vida, o salmista faz uma ampla descrição do seu fim trágico:
·         O lugar onde estão é escorregadio. Poderão cair a qualquer momento.  18
·         A aparência material que eles tanto idolatram, não tem valor para Deus. (20)
·         A aparência material que tanto esnobam, não tem valor eterno.
·         A destruição os aguarda num abrir e fechar de olhos.
·         Serão levados à desolação. (19)
·         Serão consumidos em terrores.
·         Verão  as suas vidas e os seus bens como um sonho que acaba  quando a pessoa acorda. (20)
Diante de tudo isso, o salmista prefere e professa confiar inteiramente em Deus.
A comunhão com Deus é nossa sabedoria, nossa honra, nossa segurança, nossa paz, e nossa riqueza! (28)
Diante de toda a sua observação o salmista encontra fortes razões para concluir com certeza que Deus é bom:
1. DEUS NOS SUSTENTA. (23)
            Por ser o Criador, Deus é o dono do ouro e da prata e de todas as riquezas que há na terra.
            Por ter tudo em Suas mãos, Ele pode dar as prosperidades a quem quiser, porém, prosperidade material não é o propósito de Deus na criação do homem.
            Tanto no AT quanto no NT a comunhão com Deus e  a salvação da alma são as maiores riquezas que Deus quer dar.
            Para Deus os seus propósitos são as únicas coisas valiosas em nossas vidas. 22-28 
O salmista crê que, Deus não recompensa a virtude com coisas terrenas. Ele recompensa  consigo mesmo, com a Sua presença abençoadora.
Em qualquer que seja a situação, o melhor  é  voltar-se para o Senhor com louvor e adoração, crendo que Deus sustenta os seus. Esta é uma das razões porque devemos ter certeza que Deus é bom.
2. DEUS NOS DIRIGE. (24)
            Aprendemos neste salmo que, mesmo que a vida do servo de Deus na terra seja de provações, com a direção de Deus a sua vitória final  estará garantida.
            As piores provações de um servo de Deus estão relacionadas com os desejos da carne.
            Paulo diz que é uma verdadeira guerra espiritual: “Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei. Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança! Gálatas 5:16-22
            Mais da metade do salmo 73 mostra o conflito entre a carne e o Espírito, mas em seus últimos versículos contemplamos  a vitória do Espírito sobre a carne.
            O bem estar do servo de Deus não está nas coisas terrenas, e sim, em suas relações pessoais com Deus. Realmente Deus é bom!
3. DEUS É A SEGURANÇA DO NOSSO CORAÇÃO. (26)
            Ele é a nossa segurança interior! Os levitas israelitas não recebiam herança na terra. O Senhor era a sua porção na Terra prometida e viviam dos dízimos e ofertas que o povo consagrava a Deus.
Aqui neste salmo, por ser levita, o escritor considerava Deus a sua porção. Vejamos o que a Bíblia fala sobre essa questão:
“E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo ministério que executam, o ministério da tenda da congregação..., no meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão,
Porque os dízimos dos filhos de Israel, que oferecerem ao SENHOR em oferta alçada, tenho dado por herança aos levitas; porquanto eu lhes disse: No meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão!” Núm. 18:21-24
“Por isso Levi não tem parte nem herança com seus irmãos; o SENHOR é a sua herança, como o SENHOR teu Deus lhe tem falado!” Deut. 10:9
“OS sacerdotes levitas, toda a tribo de Levi, não terão parte nem herança com Israel; das ofertas queimadas do SENHOR e da sua herança comerão.
Por isso não terão herança no meio de seus irmãos; o SENHOR é a sua herança, como lhes tem dito!” Deut. 18:1-2
            O salmista não era um recalcado por não ser possuidor de riquezas materiais. Pelo contrário, ele crê na soberania de Deus em todas as circunstâncias que envolvem a vida dos seus servos.
            Ele conclui este salmo, convidando o seu povo para celebrar com louvor e adoração as misericórdias e bondade do Senhor.
            Como atualmente, todos os servos de Deus de todos os tempos tem testemunhado que, Deus age justa e corretamente.
            Eles confiaram em Deus e disseram que o servo de Deus nunca será confundido e nem desamparado. Hebreus 13:5
            Estes servos, em todos os tempos, passaram por duras provas e tribulações, mas Deus os livrou em todas as situações.
            Depois de refletir sobre a prosperidade que os ímpios alcançam e o seu fim trágico, o salmista conclui que, Deus é a segurança eterna do nosso coração. Ele é realmente bom!
4. NO FIM DEUS NOS ACOLHERÁ EM GLÓRIA. (24)
         Tenho ido em muitos velórios e sepultamentos de pessoas pobres e ricas, mas nunca vi uma “urna fúnebre”, um  caixão, com gavetas para levar carro do ano, mansões, edifícios, fazendas, ou dinheiro, etc. Tudo o que é material fica restrito a este mundo terreno. É um prazer muito passageiro, para poucos anos, e na maioria dos casos, quando não se tem relacionamento adequado com Deus,  é prazer que se transforma em tortura eterna. Seria tão bom se cada um fizesse essa reflexão!
            Devemos encarar a vida à luz da eternidade, porque o que conta não é como se começa, nem quanto tempo dura na terra.
O que se conta não é  como se alcança prosperidades materiais, nem o seu montante e variadade.
O que se conta   é o fim da jornada neste mundo.
Séculos depois Jesus fez esta avaliação da vida: “Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?” Mat. 16:26
            O salmista chega à conclusão que, quando a morte chegar, a vida terrena terá um fim com toda a prosperidade material.
            Ele proclama no texto que Deus é o que nos faz viver eternamente.
            Antigamente cantávamos um corinho que diz: “Quem tem Jesus, tem tudo; quem não tem, não tem nada!
Comentando o versículo 24, Russell Shedd, disse que, “O único desejo religioso dos crentes deve ser, ter Deus como Guia na terra e como Pai e Chefe de família nos céus!” (24)
CONCLUSÃO
Podemos contar com a presença abençoadora de Deus. Suas mãos nos seguram e a Sua palavra nos guia. Ele é a nossa fortaleza e a nossa herança.
            Com desonestidade os ímpios, geralmente,  alcançam muita prosperidade material, vivem arrogantemente na terra, mas não têm nenhuma esperança nem garantia para a eternidade.
            Este salmo afirma que os ímpios cairão da sua arrogância, e receberão como recompensa: a eterna separação de Deus. (27)
            Não importa a condição social e econômica na terra, o fiel servo de Deus recebe como riqueza: a comunhão plena e eterna com Deus.
É erro grave e extremamente perigoso, pensar que a nossa relação com Deus se reflete apenas nas prosperidades.
Mesmo quando sofremos nesta vida, podemos ter certeza que Deus não abandona nem desampara os Seus servos fiéis.
Quem quer desfrutar da comunhão com Deus já nesta terra, experimentará o seu amor, e terá a eternidade inteira para estar em Sua presença.
Asafe começa o livro III do Saltério, reconhecendo o valor da Casa de Deus, pois, foi alí que ele ganhou convicções de todas estas verdades expostas por ele neste salmo. (17)
APELO
            O salmista apresenta duas alternativos e o homem só pode estar dentro de uma:
·         Os que se afastam de Deus estão à caminho da ruína.
·         Deus é a fonte e a causa do bem-estar que Ele oferece aos que se aproximam dele.
Qual dessas duas alternativas é a sua? Reflita e decida ter Deus em sua vida e viver em comunhão com Ele.

Pr. José das Graças Silva Oliveira