FUNDAMENTOS QUE SUSTENTAM UMA SOCIEDADE
Texto Bíblico: Salmo 82
1 Deus, o supremo
Juiz, levantou-se na assembleia divina, no meio dos poderosos abre o
julgamento:
2 “Até quando dareis
sentenças injustas, favorecendo os ímpios?
3 Sede juízes para o
desvalido e órfão, fazei justiça ao mísero e ao indigente;
4 libertai o fraco e
o pobre, livrai-os das garras dos ímpios!
5 Eles nada
compreendem, nem percebem que vagueiam pelas trevas da ignorância e da
insensibilidade; abalam assim as bases que sustentam a própria terra.
6 Eu declarei: vós, ó
juízes, sois como os deuses; todos vós sois filhos do Altíssimo!
7 No entanto, como
seres humanos, morrereis e, como qualquer outro governante, caireis”.
8 Levanta-te, ó
Eterno, e julga tua terra, porquanto a ti pertencem todas as nações!
INTRODUÇÃO
Este salmo de Asafe
nos fala do cuidado de Deus para com os problemas que existem no mundo.
É um salmo que não expressa
a doçura costumeira de outros cânticos, e,
sim, força e admoestações aos juízes da terra.
Falando ao povo de
Deus, o salmista diz que, os cânticos espirituais dentro da igreja não devem
servir apenas para falar de prosperidade material, ou para ser um ritual
festeiro.
Asafe nos ensina que,
também, devemos usar os nossos cânticos de louvor a Deus, para admoestarmos uns aos outros.
Falando para as
autoridades constituídas, o salmista está afirmando que, tudo o que é decidido nos
Tribunais de Justiça, são fundamentos
que ajudam a sustentar a sociedade, oferecendo:
I. Segurança pessoal para todos!
II. Conforto social para todos!
III. Igualdade nas possibilidades de
prosperidade material para todos!
Para o salmista, em cada
decisão dos Tribunais de Justiça, podemos encontrar alguns dos
fundamentos que sustentam uma sociedade ideal.
Biblicamente são
estes os fundamentos:
1. JUSTIÇA COM O TEMOR DE DEUS.
O autor sagrado
caracteriza neste texto as autoridades
más:
-Elas são ignorantes,
e agem como se nada entendessem ou soubessem.
-São espiritualmente
cegos, “vagueiam pelas trevas”, ou seja, a vida delas é de práticas de perversidades
sem limites.
Quando fala sobre a
ignorância deles, o texto está referindo-se à incapacidade de discernir entre o
bem e o mal: “A teu servo, pois, dá um coração entendido para
julgar a teu povo, ‘para que prudentemente discirna entre o bem e o mal’; porque quem poderia
julgar a este teu tão grande povo? E esta palavra pareceu boa aos olhos do
Senhor, de que Salomão pedisse isso!” I Reis 3:9-10
Um juiz deve ser
alguém sábio e não alguém “que vagueia
nas trevas da ignorância!” (5)
Na Bíblia “o princípio
da sabedoria é temer a Deus!” Prov. 1:7
Quando aqueles que
julgam, estão na ignorância em relação a
Deus, toda a estrutura social caminhará para a
pobreza e podridão.
Um cego não tem condições de guiar outro cego.
Justiça com o temor
de Deus é um dos fundamentos que sustentam a sociedade ideal.
2.
JUSTIÇA COM HONESTIDADE.
Asafe sem dúvida viu
em volta dele muito suborno e corrupção, e enquanto Davi punia-os com a espada,
ele resolveu procurar adverti-los com um salmo profético.
Quando o texto chama
a esses juízes de “deuses”, está simplesmente
dizendo que, Deus os comissionou com a autoridade, para que fossem seus porta-vozes aqui no mundo.
O apóstolo Paulo
disse: “Todos devem sujeitar-se às autoridades superiores;
porquanto, não, há autoridade que não venha de Deus; e as que existem foram
ordenadas por Ele!”
Rom. 13:1
O apóstolo Pedro
disse:
“Sujeitai-vos, pois, a toda a ordenação humana por amor do Senhor; quer
ao rei, como superior; Quer aos governadores, como por ele enviados para
castigo dos malfeitores, e para louvor dos que fazem o bem. Porque assim é a
vontade de Deus...!”
I Pedro 2:13-15ª
A autoridade
constituída por Deus deve agir acertadamente, ajudando a quem faz o bem,e punindo a quem faz o mal. Isso é
fazer justiça com honestidade, o que Deus espera dos magistrados.
Deus sempre quis que
os magistrados fossem justos e honestos.
Asafe os acusa
de só pensarem nos próprios interesses e
engrandecimento pessoal, inclusive se corrompendo e desagradando a Deus. (2)
Este salmo deixa
claro que justiça com honestidade é um dos fundamentos que sustém uma sociedade
ideal.
3.
JUSTIÇA IGUAL PARA TODOS.
A acusação do
escritor sagrado é que os juízes estavam favorecendo os errados e deixando de
fazer justiça correta para os desvalidos, como os órfãos, as viúvas, os indigentes,
os pobres, os fracos, etc.
Já na época de Asafe
existia um pecado, que é muito comum em
nossos dias atuais: “Julgar pela aparência,pela condição social, pela condição
cultural, pela condição financeira,
pelas preferências e interesses próprios!”
Podemos aprender
neste salmo que, quando a estima por alguns influencia o julgamento sobre as suas opiniões, virtudes,
vícios e atitudes em geral, isso poderá levar à alguns erros:
1. Injustiçar alguém que confia na justiça!
2. Prejudicar a pessoa ajudada
injustamente.
3. Formar uma cultura da injustiça e
desonestidade.
4. Levar ao descrédito as instituições responsáveis pela justiça.
Um dos principais
fundamentos que sustentam uma sociedade, é o seu sistema de justiça.
Se a justiça do país
falhar, o povo não tem saída, e os caminhos do país consequentemente passarão
pelas mazelas que o nosso querido Brasil está passando desde que foi
descoberto.
A justiça deve tratar
igual o rico, o pobre, o bonito, o feio, o letrado e o semianalfabeto, o
branco, o negro, o índio, etc.
Justiça igual para
todos é um dos fundamentos que sustém uma sociedade ideal.
4. O RESULTADO DA INJUSTIÇA É A
MORTE.
Porque a injustiça é pecado, e “O salário do
pecado é a morte!” Rm. 6:23 “Morrereis!” (7)
Asafe denuncia e
acusa as decisões injustas proferidas pelos juízes do seu tempo.
As denúncias
envolviam decisões que favoreciam os homens influentes nos tribunais. Eram decisões judiciais com parcialidade.
Então, o autor diz
que esses juízes cairão como todos os homens que pervertem a justiça.
Embora não O vejam,
Deus assiste entre o Seu povo, fazendo justiça.
Se o homem for
julgado incorretamente, Deus vingará por ele.
Se o homem cometer
erros que as autoridades competentes não vejam nem julgam, Deus está vendo e
certamente julgará.
Diante das nossas
fraquezas, e se a justiça que precisamos for negada, devemos recorrer a Jesus
Cristo, que é o nosso Advogado.
Jesus é o nosso Sumo
Sacerdote que pode compadecer-se de nós em nossas fraquezas.
Ele é o Cordeiro de
Deus, que tira o pecado do mundo. João 1:29
CONCLUSÃO
O texto bíblico acusa
as perversidades das autoridades
injustas:
-Eles julgam
injustamente. (1)
-São parceiros dos
ímpios.
-São ignorantes
quanto as leis de Deus. (5)
-Não tem desejo de
entender os propósitos do Senhor.
-Andam nas trevas do
pecado.
-Suas instituições
civis são desvirtuadas e pervertidas.
Paulo diz: “...Pois todos havemos de comparecer perante
o tribunal de Cristo. De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a
Deus!” Romanos 14:10,12
Esta visão do apóstolo
Paulo é a mesma do salmista, que, também, tem uma visão de uma grande reunião no
Tribunal Divino, e ali os poderosos que exercem autoridade, darão contas a Deus
de todas as suas ações.
Quão bom seria se os
juízes do nosso país tivessem a consciência de que são comissionados por Deus,
e que devem ser porta-vozes dEle, para fazerem o que seja certo, honesto e
igual para todos!
Se não é isso o que
está acontecendo em nosso país, devemos orar pelas autoridades, como orientou o
apóstolo Paulo: “Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas,
orações, intercessões e ações de graças, em favor de todas as pessoas; pelos
reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida
tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade. Isto é bom e agradável diante de Deus, nosso
Salvador!”
I Timóteo 2:1-3
Pr. José das Graças
Silva Oliveira
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