O autismo é uma patologia diferente do retardo mental ou da lesão cerebral, embora algumas crianças com autismo também tenham essas doenças.
Sinais de autismo normalmente aparecem no primeiro ano de vida e sempre antes dos três anos de idade. A desordem é duas a quatro vezes mais comum em meninos do que em meninas.
A lista serve como orientação para o diagnóstico.
Quando o bebê é amamentado, olha nos olhos da mãe e se aconchega no colo dela, como num molde perfeito. Mas, com João Paulo, foi diferente. Era hora de mamar e Lília Janbartolomei não entendia por que ele mantinha o corpo duro, não relaxava. “Era como se o toque e o colo o irritassem. Ele chorava no berço, mas, quando eu pegava no colo, chorava mais ainda. Eu não entendia nada...”, lembra a mãe.
Quando João fez um ano, Lília começou a procurar ajuda. Ela sabia que ele era diferente. “Os pediatras diziam que não havia nada, que era coisa da minha cabeça”, lembra a mãe, ávida por um diagnóstico para começar o tratamento que fosse necessário. A resposta veio quando ele tinha 2 anos e meio. João é autista. Completou 11 anos ontem, dia 2 de abril, no Dia Mundial do Autismo.
A dificuldade para conseguir o diagnóstico é sentida por muitas famílias, que peregrinam por vários médicos e psicólogos sem descobrir resposta. Por mais difícil que seja para a família descobrir que o filho é autista e que não há cura, a intervenção precoce é necessária, podendo proporcionar diferenças consideráveis na comunicação, no controle emocional do autista.
Diferente da maioria das mães de autistas, Lilia não sofreu um luto quando descobriu por que João é diferente. Para ela, foi um alívio, já que, a partir dali, poderia buscar ajuda especializada. “O diagnóstico não é um ponto, é uma vírgula. Ajuda a família a se encontrar”, ensina.
Nesta semana, Lilia faz coro com autistas e famílias de autistas que querem chamar atenção para a importância do diagnóstico precoce, da disponibilidade de tratamento, da inclusão escolar, da igualdade de direitos, da luta contra o preconceito. Embora este público tenha alcançado algumas conquistas, os avanços vêm a passos lentos.
Escolas regulares preocupadas com a inclusão ainda é um sonho. “A inclusão está engatinhando porque falta uma capacitação ampla. Muitos pais tentam matricular os filhos nas escolas regulares, mas a escola informa que não tem como ajudar”, lamenta o auxiliar administrativo João Paulo Leão, de 32 anos, que descobriu há quatro que tem Síndrome de Asperger, um dos espectros do autismo.
Segundo ele, o preconceito precisa ser superado. Para romper com o preconceito, o primeiro passo é a sociedade buscar informação. “As pessoas precisam passar a ver o autista como membro da sociedade, uma pessoa que também tem direitos”, defende. “O autista tem dificuldade de conseguir atendimento no dentista. Muitos serviços são negados e a família não tem informação para reivindicar”, lamenta o diretor da Associação Brasileira de Ação por Direitos da Pessoa com Autismo, Alexandre Mapurunga.
O quê
Entenda a notícia
Muitas famílias enfrentam grandes obstáculos para conseguir o diagnóstico de filhos autistas. Sabe-se que intervenção precoce é fundamental, podendo proporcionar diferenças consideráveis na comunicação e vida social da pessoa com autismo. Com o mote do Dia Mundial do Autismo, 2 de abril, estas famílias cobram igualdade de direitos e inclusão social.
Fonte:http://www.opovo.com.br
Postado por Pr. José das Graças Silva Oliveira
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