A CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA E O MOVIMENTO G12
Pronunciamento
Preâmbulo
A Diretoria da Convenção Batista Brasileira e os Secretários Executivos das
Convenções Batistas dos Estados vêm acompanhando com o maior interesse os
debates e as experiências com relação ao chamado Movimento G12, e entende
necessário fazer o pronunciamento a seguir, visando à saúde doutrinária e à
unidade das igrejas, a sustentação dos princípios bíblicos e teológicos que
informam nossa Eclesiologia, a eficácia de nosso testemunho nesta virada de
século e milênio e, sobretudo, a glória de Deus.
NOSSAS CONVICÇÕES
Como preliminar às nossas posições sobre
o G12, é mister recordar e afirmar algumas de nossas convicções:
1. Cremos nas Escrituras Sagradas, canônicas, composta de Antigo e Novo
Testamento, como registro fiel da revelação de Deus, e como única regra de fé e
conduta, para o crente e para a igreja de Jesus Cristo no mundo.
2. Cremos que a Bíblia deve ser interpretada por firmes princípios
hermenêuticos, dos quais ressaltamos o de que a Bíblia deve ser interpretada
pela Bíblia, o texto à luz do contexto, mas sempre à luz da Pessoa e dos
ensinos de Jesus Cristo.
3. Cremos no Deus trino, Pai, Filho e Espírito Santo, cujas obras nós vemos na
Criação e na História, e que se revela, de maneira gradativa e progressiva, nas
Escrituras e, plenamente, na Pessoa de Jesus Cristo, Verbo encarnado.
4. Cremos na Igreja como entidade temporal e atemporal, fundada por
Jesus Cristo e que tem por missão a redenção dos homens e o fazer discípulos Dele em todas as nações, formando uma nova criação, a humanidade
deutero-adâmica.
5. Cremos na suficiência de Jesus Cristo como Senhor e Salvador, na eterna
salvação dos que Nele crêem.
6. Como cristãos, evangélicos e batistas, cremos que a revelação chegou à sua
culminância em Jesus Cristo e que toda alegação de novas revelações ou verdades
deve ser cotejada com as Escrituras canônicas, corretamente interpretadas.
7. Cremos que a igreja do Novo Testamento, especialmente a de que nos dá conta
o livro de Atos, constitui modelo para as igrejas de nossos dias, já no
compromisso com a proclamação, a adoração, a comunhão, a edificação e o
serviço; já no modelo pendular de seu funcionamento, no templo e nas casas, a
difundir o reino de Deus.
8. Cremos que são permanentes e de valor universal e transcultural (a valer em
todas as culturas) os princípios bíblicos de organização, vida, ministério,
proclamação e serviço da igreja, porém os métodos e modelos podem e devem
variar, de acordo com a sociedade e a cultura em que se insere a igreja e
desenvolve-se sua missão.
9. Cremos que os fins não justificam os meios na realização da obra de Deus no
mundo. Fins e meios devem ser compatíveis com a verdade, os princípios e a
ética das Santas Escrituras.
10. Cremos e devermos estar abertos para o diálogo e a aprendizagem em nosso
mundo globalizado, em todas as áreas da existência humana, porém capazes de
discernir os métodos e modelos consoantes aos princípios e fundamentos de nossa
fé, a manter-nos sempre inarredáveis em nossa fidelidade a Jesus Cristo,
Caminho, Verdade e Vida.
À luz das convicções que acabamos de explicitar, e do exame criterioso e desapaixonado de testemunhos, relatórios, pronunciamentos e documentos elaborados por líderes evangélicos de modo geral, e batistas em particular, chegamos à seguinte posição:
1. Não julgamos o espírito ou as intenções dos fundadores e pais do Movimento
G12, por não caber-nos tal responsabilidade e não conhecermos sua mente e
consciência.
2. Reconhecemos que ao longo dos séculos, e especialmente no nosso, têm surgido
propostas, modelos e métodos de "fazer igreja" e de evangelizar e ou
de "fazer missões", algumas das quais com a pretensão de ser a
"última revelação", "a última palavra", o "método
final", mas todos foram marcados pela temporalidade e impermanência, pois,
afinal de contas, os métodos variam e não é qualquer método que conta, mas, o
homem. O homem é o método de Deus, como lembrou com propriedade Edward M.
Bounds.
3. O G5, o G12, a igreja em células, o modelo dos NEBs constituem modelos
humanos, com o propósito de promover a atuação da igreja no mundo, mas nenhum
deles pode arrogar-se o status de revelação final ou método perfeito; todos são
marcados pela falibilidade humana.
4. Nossas igrejas, para cumprirem o mandato recebido do Senhor, de fazer
discípulos de todas as nações, precisam de extroverter-se, conforme a igreja de
Jerusalém que se reunia no templo e nas casas, adotando estruturas leves, de
pequenos grupos nos lares. Mas sem perder de vista sua unidade e integridade. Para
tanto os grupos nos lares, seja qual for o nome adotado, devem ser dirigidos
por pessoas espiritual, moral e intelectualmente capazes, preparados pelos
pastores e orientadas a conduzir estudos sobre os mesmos temas, a comunicar as
mesmas doutrinas, a conduzir o povo de Deus à firmeza na fé, à comunhão, à
santidade e ao serviço.
5. Não aprovamos o modelo G12, já no chamado Encontro Tremendo, que emprega
métodos e procedimentos que vêm ao arrepio dos princípios e ensinos das Santas
Escrituras; já na compreensão de que todos os crentes são potencialmente
líderes, pois isso contraria a diversidade de dons a que a Bíblia ensina e a
experiência eclesiástica comprova. Nem todos receberam o Dom de liderar, mas
todos com certeza receberam dons que os habilitam a servir no corpo de Cristo.
2. Recomendamos que o G12, como qualquer modelo de igreja em células ou grupos
nos lares, deve ser rejeitado quanto à sua pretensão de revelação final de Deus
para a Igreja hoje; mas pode ser aproveitado, em princípio, naquilo em que não
conflitar com as Escrituras, a teologia e a eclesiologia que delas decorrem e
nós adotamos como povo cristão, evangélico e batista.
Pr. Irland Pereira de Azevedo (Relator)
Fonte: http://www.batistasmt.com.br
Comentário do Masquil da Palavra:
Encabeçando esta postagem, a própria propaganda do Manual de Realização do Encontro, promovido pelo G12 deixa claro, que tudo por lá é baseado na experiência pessoal e não no conhecimento.
Isso contradiz com o que Jesus Cristo ensinou: "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará!" João 8:32
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