HISTÓRIA
chegou a ser recebido como um herói no Reino Unido após 16 anos de viagem pela África, onde explorou territórios e lançou um novo olhar para o continente, que se traduziu na revisão dos mapas conhecidos até então
CARTOGRAFIA
O missionário que desvendou a África
Bicentenário de nascimento do escocês David Livingstone lembrou
aventuras do explorador que adotou o continente africano como lar
O Reino Unido comemorou na última terça-feira o bicentenário de
nascimento do explorador escocês David Livingstone (1813-1873), que foi à
África como missionário médico anglicano e acabou chegando às fontes do Nilo.
Além disso, foi um dos símbolos da luta contra a escravidão da época vitoriana.
Livingstone dedicou décadas a explorações que obrigaram os cartógrafos
da época a revisar todos os mapas da África, prestou atendimento médico aos
nativos e defendeu seus direitos perante os colonos europeus. Fascinado pela
África, negou-se a voltar ao Reino Unido quando a malária e a disenteria o
consumiam a ponto de completar 60 anos. Na época, o escocês era uma celebridade
no Ocidente pelas narrações de suas viagens, mas tinha passado tantos anos sem
dar sinais de vida que nos salões de Londres e Nova York era dado como morto.
Ativismo
Explorador conquistou a admiração e amizade de nativos africanos
O escocês David Livingstone não se preocupou apenas em desenhar os novos
mapas do mundo: desenvolveu um reconhecido trabalho como médico (ele foi o
primeiro ocidental a verificar que a presença de mosquitos antecipava a aparição
da malária) e tentou evitar os abusos dos colonos europeus na África no século
19.
Sua defesa dos direitos dos africanos lhe valeu o respeito dos nativos
por onde passou. Segundo a lenda, os moradores do povoado onde morreu, em
Zâmbia, enterraram lá seu coração antes que seu corpo fosse repatriado a
Londres.
O corpo de Livingstone está no cemitério da Abadia de Westminster, junto
de outros ilustres britânicos como Charles Darwin e Isaac Newton.
Devido à falta de notícias do aventureiro, o jornal New York Herald,
ávido por histórias exclusivas, decidiu bancar uma expedição para encontrá-lo,
tarefa que ficou com o jornalista e explorador Henry Stanley. O intrépido galês
partiu em 1871 rumo à África e, após uma longa procura, encontrou Livingstone
na aldeia de Ujiji (Tanzânia).
Stanley tinha tido a sorte de se deparar com o escocês na imensa África,
mas o fez quando as doenças tinham minguado já parte de suas forças, dois anos
antes de sua morte. Naquele momento fazia 30 anos que Livingstone, médico de Glasgow,
segundo filho de um humilde comerciante de chá conhecido por sua fervorosa
religiosidade, tinha desembarcado no continente africano como missionário,
disposto a evangelizar a população local.
Glória
Anos mais tarde, ele deixaria de estar ligado à Sociedade Missionária de
Londres, que o tinha enviado à África, e estreitaria sua relação com a Royal
Geographical Society, que o contratou em 1865 para buscar as fontes do Nilo e
acabou lhe concedendo sua Medalha de Ouro.
Quase uma década antes, em 1856, Livingstone tinha vivido seu momento de
maior glória, quando foi recebido no Reino Unido como um herói após 16 anos de
viagem. Ele teve uma audiência com a rainha Vitória – a quem tinha homenageado
ao batizar as cataratas recém descobertas na fronteira dos atuais Zâmbia e
Zimbábue –, publicou suas aventuras, que lhe deram uma boa quantia em dinheiro,
e deu palestras em universidades britânicas antes de voltar, dois anos depois,
para a África, onde permaneceu até morrer.
Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br
Postado por Pr. José das Graças Silva Oliveira
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