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quarta-feira, 4 de julho de 2012

Estudo Bíblico


O perdão que restaura



















Texto: Salmo 32
Um salmo didático de Davi.1
32 Bem-aventurado aquele que tem suas transgressões perdoadas e seus pecados apagados!
2 Como é feliz aquele a quem o SENHOR não considera iníquo e em cuja alma não há hipocrisia!2
3 Enquanto mantive meus pecados inconfessos,
meu ossos se definhavam e minha alma se agitava em angústia.3
4 Pois dia e noite a tua mão pesava sobre mim e minhas forças se desvaneceram como a seiva em tempo de seca.4
Pausa
5 Confessei-te o meu pecado, reconhecendo minha iniquidade, e não encobri as minhas culpas. Então declarei: Confessarei minhas transgressões para o SENHOR, e tu perdoaste a culpa dos meus pecados.
Pausa
6 Dessa maneira, todos os que têm fé orem a ti, enquanto podes ser encontrado; quando as muitas águas se levantarem, elas não os alcançarão.5
7 Tu és o meu abrigo seguro; tu me livras das aflições e com cânticos de salvação me envolves.6
Pausa
8 Diz o SENHOR: Instruir-te-ei e te guiarei no caminho a seguir; os meus olhos estarão sobre ti para aconselhar-te.
9 Não sejais como o cavalo ou a mula, que não possuem compreensão, mas precisam ser controlados com o uso de freios e rédeas, caso contrário não poderiam obedecer.
10 Muitos são os sofrimentos do ímpio, mas a bondade do SENHOR protegerá quem nele confia.
11 Alegrai-vos no SENHOR, ó justos, e cantai
bem alto, vós todos que sois retos de coração!7
King James
INTRODUÇÃO
Este salmo é uma sequência do Salmo 51, e os dois tem como fundo histórico II Samuel 11 e 12. Os dois salmos são chamados de “Salmos Penitenciais”.
O salmo de hoje é conhecido pela expressão hebraica  maskil, = “didático”, significando um poema contemplativo e pedagógico.
No texto,  Davi confessa os seus pecados, cometidos quando deixou-se ser tentado e seduzido pela visão das belezas de Bate-Seba.
A princípio, neste salmo, corajosamente, Davi nos abençoa de duas maneiras:
1.       Testemunhando da sua experiência no corpo e na alma, de quão severa é a correção, o peso da mão divina, contra aqueles que fazem o que não é justo diante de Deus! Assim, Davi  abençoa os seus leitores,
2.        Proclamando seu aprendizado:
Ø  Que estar em íntima comunhão com Deus é a verdadeira felicidade.
Ø  Que a bênção do perdão do Senhor,  restaura plenamente o fiel.
Ø  Que a verdadeira confissão é acompanhada de verdadeira disciplina (vv.1-5)
Ø  Que é um perigo, teimosamente recusar-se seguir ao Senhor. (6-10).
Ø  Que a  alegria do servo de Deus está no Senhor (v.11).
O salmista esclarece que, o pecado adoece, transtorna,  mata,  e que a cura só está à disposição nas mãos de Deus:
1. OS PECADOS INCONFESSOS TRAZEM TRANSTORNOS A QUEM OS  PRATICA. (3)
                O salmista usa quatro vocábulos que falam do pecado (1-2):
Ø  Transgressão -= desobediência declarada, rebeldia.
Ø  Iniquidades = maldade “pesha” = deformação ou perversidade
Ø  Iniquidade - Iniquidade é o que é retirado de seu curso normal e adequado, e levado à  perversão.
Ø  Engano = hipocrisia – no texto tem o sentido de enganar-se a si mesmo.
Ø  Pecados – “hatã’ã = errar o alvo, viver longe do propósito que Deus tem para as nossas vidas.
                O salmista apresenta algumas consequências do pecado escondido e encoberto:
Ø  O pecado definha os ossos!
Ø  O pecado abala e “faz pulsar” a alma, e depois a envolve em angústia.O primeiro estágio do pecado é a emoção que ele proporciona e depois vem a destruição.
Ø  O pecado faz desaparecerem as forças = mina o poder espiritual do crente.
O texto revela, que todo tipo de pecado é um aspecto de ofensa moral e só pode ser tratado pela misericórdia e perdão do SENHOR.
2. O PERDÃO RESTAURA AQUELE QUE RECONHECE O PERIGO DOS SEUS PECADOS. (5)
                Depois que o crente entra em alguma relação pecaminosa, calar-se é uma situação pior.
              Seria ótimo o crente conscientizar-se da bênção e docilidade do perdão, mas reconhecer, também, que o pecado do silêncio e a ocultação do pecado, traz um fardo de culpa muito pesado para se carregar.
Durante algum tempo o tentador confundiu a Davi de tal maneira, que ele empenhou-se em esconder o seu pecado, levando-o a sofrer:
Ø  Angústia
Ø  Amargor,
Ø  Doença,
Ø  Transtornos em sua  vida e  lar.
Ø  O peso de uma consciência que o condenava a todo instante.
                O sofrimento como servo de Deus chegou a tal ponto, que Davi não pode resistir. Ele confessou o seu pecado e experimentou a alegria do perdão de Deus.
O apóstolo João disse:  “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça!”  (I João 1:9)
Como no caso de Davi, na vida de todo o transgressor, não há alívio, nem de dia nem de noite, enquanto houver recusa em reconhecer e confessar o pecado diante do Senhor.
3. O PERDÃO RESTAURA AQUELE QUE CONFESSA OS SEUS PECADOS. (5)
          “Confessei-te...e tu perdoaste a culpa dos meus pecados!” (5)
          Vemos aqui o alívio da confissão. É um processo:
1.       Reconhecimento do pecado praticado!
2.       Não ocultar o pecado praticado!
3.       Confessar a Deus o pecado praticado!
A cura para a alma que sofre o peso e angústia provocados pelo pecado, é a confissão sincera!
É fácil deixar-se ser seduzido pelo pecado! O difícil é “assumir o erro”.
            É fácil entrar na vida pecaminosa! O difícil é sair incólume  (ileso) dela.
Devido ao fato de o pecado ser extremamente mau, o pecador  se liberta de algumas marcas deixadas pelo pecado, só com a morte!
Deus dá o perdão que cura a alma! Mas nem Deus tira algumas consequências deixadas pelo pecado! Muitas dessas consequências traumatizam e infernizam a vida do transgressor!
       Algumas espécies de pecados causam traumas e prejuízos ao próximo. Neste caso o processo terapêutico  que conduz o transgressor a verdadeira libertação e felicidade plena, é tomar a decisão de ZAQUEU: se possível, restituir o prejuízo causado!
O verbo hebraico חרש , na conjugação hiphil, significa: ponderar, considerar, estar em profunda meditação e preocupação. No texto, seu sentido não é o de “cobrir” ou “calar”, como aparece em algumas versões, mas, sim, o de “não confessar”, “não declarar” os erros ao Senhor – com genuíno arrependimento.
O apóstolo Paulo disse: “Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que dormem. Porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados!” Em I Co 11.30-31.
Aqui,  o apóstolo Paulo chama a atenção, para o autoexame das consciências diante de Deus, antes de se participar da comunhão dos fiéis.
Paulo diz que, muitas doenças são fruto de consciência pesada e de pecado diante do Senhor, e, que a cura estaria na confissão a Deus e na comunhão com os irmãos de fé, enquanto há tempo aceitável.
4. O PERDÃO QUE RESTAURA, É AQUELE QUE BUSCA O SENHOR EM TEMPO OPORTUNO. (6)
            Mesmo no Velho Testamento, Davi reconhece algumas verdades bíblicas e divinas:
        I.            Que há um tempo certo em que a Graça de Deus opera.
     II.            Da mesma forma, haverá um tempo em que a porta da Graça Divina será recolhida da terra.
   III.           Com a porta da Graça Divina fechada, não haverá mais a possibilidade de se falar com Deus através da oração, com a certeza da Sua misericórdia e perdão. (Isaías 55:6-7)
Há algumas versões bíblicas, que nos ajudam a compreender essa verdade:
Ø  Na Septuaginta (o AT em grego), a tradução é: “No tempo de achar favor”
Ø  Na Arábica, “Numa época de se ouvir”;
Ø  Na Siríaca, “Num tempo aceitável”.
No verso 6 Davi usa uma expressão muito conhecida em nosso tempo: “...os que têm fé orem a ti, enquanto podes ser encontrado; quando as muitas águas se levantarem, elas não os alcançarão!”
Esta  expressão “as muitas águas”  podem ter dois significados:
Ø  As muitas águas expressam o grande prejuízo do dilúvio!
Ø  Referem-se a todos os perigos e sofrimentos que levem o transgressor a um “beco sem saída!”
O homem que está vivendo, espiritualmente, em situação de risco, não deve esperar chegar o “beco sem saída!”. Para alcançar  o perdão, deve-se buscar a Deus enquanto o tempo é aceitável.
 5. O PERDÃO RESTAURA AQUELE QUE CONFIA NO SENHOR. (7)
         O texto (v. 8)  traz três promessas divinas muito preciosas para quem se dispõe a confiar no SENHOR:
Ø  Instrução do Senhor!
Ø  Ensino do Senhor!
Ø  Direção do Senhor.
Precisamos aprender as lições do povo de Israel em sua peregrinação no deserto: “Enquanto a nuvem da glória do Senhor repousa sobre o lugar santo, é ótimo não mover as tendas!” (Núm. 9:15-23):
Ø  Deixemos a Deus a responsabilidade de preparar o caminho.
Ø  Deus nos monitora para não entrarmos numa curva errada, ou dar um passo em falso. É só seguir os seus ensinos e direção.
Quanto pior for a situação espiritual, maior é o poder e Graça de Deus para perdoar o pecador, quando este nele confiar.
6. O PERDÃO RESTAURA AQUELE QUE SE DISPÕE EM ANDAR NOS CAMINHOS PROPOSTOS PELO SENHOR. (8)
O perdão é ótimo e a comunhão é muito melhor.
O pecado faz sentir o “peso da mão” do Senhor.
O perdão é faz sentir o  seu toque mais suave e seus conselhos.
A instrução do Senhor, o Seu ensino e direção, tem como finalidade, capacitar-nos para andar com Deus e servi-Lo melhor.
Por mais que se adestre um cavalo, jamais se poderá ensiná-lo a refletir sobre um conselho dado.
Os animais irracionais possuem רשע atitudes indomáveis e impensadas, mas os seres humanos possuem בטח atitudes dóceis e reflexivas.
Muitas vezes o pecador age como animais que por mais que os domemos e os adestremos, eles nunca serão sábios.
Cavalos e mulas só aprendem a obedecer em função de pressões e condicionamentos físicos (Jr 8.6). E mesmo quando aprendem, nem sempre fazem do aprendizado uma bênção.
           Quando eu era missionário em Canarana-MT, lá aconteceu um fato que ilustra muito bem essa palavra sobre os cavalos e mulas. Um conhecido meu morava no sítio com a família. Eles tinham um cavalo bem ensinado, obediente e manso. Qualquer criança conseguia pegá-lo e colocar nele os arreios. Certo dia o pai do rapaz pediu-lhe, que pegasse o cavalo e que o aparelhasse, para ele ir à cidade. O rapaz encontrou o cavalo no meio do pasto, mas o cavalo aquele dia não quis deixar-se ser pego, e corria de um lugar para outro. O rapaz, já cansado de correr em busca do cavalo, tomou uma decisão inédita: Foi lá dentro de casa, pegou uma espingarda calibre doze, e, chegou bem perto do cavalo e deu-lhe um tiro na testa, dizendo: você nunca mais me dará este trabalho. E, como se nada tivesse acontecido, o rapaz foi para dentro de casa. Chegando a hora de sair, o pai perguntou: onde está o cavalo? O filho respondeu: está lá no meio do pasto. Está quietinho! O senhor pode ir lá para ver. Quando o pai chegou lá onde o cavalo se encontrava, o mesmo estava morto com a cabeça cravada de chumbos. Não adiantou a fúria do pai, que o expulsou de casa: Os ensinos dados ao cavalo não salvaram-lhe a vida!
            O salmista está consciente, que muitas vezes, mesmo sendo racionais, os homens na vida pecaminosa, agem como animais irracionais, e por isso, sofrem e até morrem, e ainda deixam muitas tristezas para aqueles que os amam.
Mas todos aqueles que amam o Senhor com sinceridade podem bradar de alegria, expressando na adoração os cantos de livramento, já antecipados pelo salmista, em meio à aflição (v.7).
CONCLUSÃO
            Como este salmo é um Masquil, com base em sua própria e profunda  experiência, Davi nos fala como um instrutor, um mestre, e um guia, usando a linguagem de um sábio conselheiro.
         A palavra de Daví é muito oportuna e nos adverte a que não cheguemos a um ponto de nos comportar como o cavalo e a mula, que precisam de cabresto e freio para serem governados e parados na caminhada.
Para a nossa caminhada, como servos de Deus, precisamos de três ações divinas:
Ø  Devemos ser movidos por Deus e pelo amor!
Ø  Devemos ser governados por Deus e pelo amor!
Ø  Quando nos descuidarmos e de repente deixarmos o pecado entrar em nossa vida: Devemos nos deixar ser  parados por Deus e pelo amor.
“Muitos são os sofrimentos do ímpio, mas a bondade do SENHOR protegerá quem nele confia. Alegrai-vos no SENHOR, ó justos, e cantai bem alto, vós todos que sois retos de coração! (10-11) King James
Nestes versículos, Davi, com a experiência pessoal que ele viveu, nos deixa  alguns ensinos preciosos:
Ø  A vida de pecados resulta em grandes sofrimentos! (10)
Ø  A verdadeira alegria do crente está no SENHOR. Somente  Nele encontramos o perdão, a bondade e a proteção que precisamos!

Postado por Pr. José das Graças Silva Oliveira

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