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segunda-feira, 27 de outubro de 2014

ESTUDO BÍBLICO

A  FRAGILIDADE  DA  VIDA  HUMANA
Texto Bíblico: Salmo 90
QUARTO LIVRO
Salmos 90 a 106
A brevidade da vida
Oração de Moisés, homem de Deus.
90 Senhor, tu tens sido o nosso abrigo, sempre, de geração em geração.
2 Antes que se originassem os montes e formasses o universo e a terra, de eternidade a eternidade, tu és Deus.
3 Tu reduzes o ser humano ao pó, afirmando: “Retornai ao pó, filhos dos homens!
4 Verdadeiramente, mil anos aos teus olhos, são como o dia de ontem, que já passou, e como as poucas horas das primeiras vigílias da noite.
5 Tu arrastas os homens na correnteza da vida; são breves como o sono; são todos como a relva que brota com a alvorada,
6 germina e floresce pela manhã, mas, ao pôr-do-sol, murcha e seca.
7 Porquanto somos consumidos por tua ira e perante tua indignação ficamos pasmos!
8 Tu conheces bem nossas iniqüidades; nossos pecados mais secretos não escapam à luz da tua face.
9 Sim, todos os nossos dias dissipam-se diante do teu furor, findamos os anos como um suspiro.
10 De fato, os dias de nossa vida chegam a setenta anos, ou a oitenta para os que têm mais saúde; entretanto, a maior parte dos anos é de labuta e sofrimentos, porquanto nós voamos!
11 Quem é capaz de conhecer a força da tua ira e de tua cólera, segundo o temor que te é devido?
12 Sendo assim, ensina-nos, pois, a contar nossos dias, a fim de que possamos alcançar um coração verdadeiramente sábio!
13 Volta-te para nós, ó Eterno! Até quando haveremos de esperar? Tem compaixão dos teus servos!
14 Sacia-nos, desde o romper da aurora, com teu amor infinito, e exultaremos de alegria, todos os nossos dias.
15 Alegra-nos na proporção dos dias em que nos puniste, pelos anos em que passamos sob grande sofrimento.
16 Que as tuas realizações se manifestem aos teus servos, e a teus filhos, a tua maravilhosa glória!
17 Que a graça do Senhor, nosso Deus, pouse sobre nós; faze prosperar as obras das nossas mãos; sim, confirma a obra das nossas mãos!
INTRODUÇÃO
Este salmo é uma oração de Moisés, o homem de Deus.
Moisés era de modo todo especial um homem de Deus e por Deus um homem escolhido, inspirado, honrado por Deus, e fiel a Deus em toda a sua casa, bem merecendo a identificação que aqui lhe é dada.
“Este é o mais antigo dos salmos, e se acha entre dois livros de salmos como uma composição única em sua grandeza, e sozinha em sua antigüidade sublime!”  Spurgeon
Este é um dos melhores textos bíblicos que pode nos fazer refletir sobre a fragilidade da vida humana.
1. A FRAGILIDADE DA VIDA HUMANA É VISTA, CONTRASTANDO-A COM A ETERNIDADE DE DEUS.
Muitos não levam a sério esta questão de eternidade,  Talvez, porque nunca refletiram sobre o que é Ela. Mas, o que é eternidade?
Ilustr.: Vamos pensar num projeto de transportar para a lua, toda a areia que há na terra. Uma tartaruga irá fazer esse trabalho, levando a areia de grão em grão. Quando tiver levado toda a areia da terra para a lua, o tempo gasto não representará nem um milésimo de segundo do que é a eternidade.
Eterno é um atributo que somente Deus possui.
Só Deus é eterno! Ele não está sujeito ao tempo. Ele é Senhor do tempo.
A reflexão sobre a eternidade de Deus com tudo o que Ele é, o que Ele tem feito e  pode fazer, representa terror para o ímpio que, vê nisso o fim de sua equivocada vida, mas para quem serve a Deus, isso pode ajudar:
  • A sustentar a sua fé no Senhor.
  • Crer e esperar um futuro melhor.
  • Obedecer mais a Deus.
  • Servir mais intensamente a Deus, sabendo que é isso o que vale.I Cor. 15:58
Diante da eternidade de Deus todos podem concluir sobre o que é a fragilidade da vida humana.
2. A FRAGILIDADE DA VIDA HUMANA É VISTA EM SUA BREVIDADE AQUI NO MUNDO. 5,6,9
Desde o momento em que Adão pecou, o homem passou a viver sob a sentença divina da morte: “Tu és pó, e ao pó retornarás!” (Gên. 3:19)
Em toda a Bíblia a morte é um dos efeitos da ira divina diante do pecado do homem: “Somos consumidos por tua ira...” (7)
Paulo entendeu que, a morte é efeito do pecado na vida: “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado...!” (I Cor. 15:55-57)
Moisés que escreveu o livro do Gênesis, lá e neste salmo  vê a morte como resultado do pecado. (8)
A figura que Moisés usa para falar da morte é a brevidade da vida. Ele diz: “A vida passa!”
Usando várias comparações reais, este salmo nos faz refletir sobre a brevidade da vida humana:
  • A vida humana  é breve como um sono. (5)
  • Ela é breve como a vida da relva nascendo, florescendo e morrendo. (5-6)

A  relva é uma planta da palestina que surge promissora com o raiar do dia, porém murcha, sob o sol escaldante de Canaã e morre ao final da tarde, antes que se encerre a segunda vigília da noite.
A relva em crescimento representa a adolescência e a juventude da vida.
A relva florescendo, representa o homem desfrutando do vigor e força da vida. É o seu nomento áureo.
A relva sendo “...cortada ao por-do-sol...” representa a chegada inesperada da morte.
  • A vida humana é breve como um suspiro. (9)
  • Pode chegar aos 70 ou 80 anos, mas o que passa disso é labuta e sofrimentos. (10,15)

Na existência do homem na terra não há nada mais traumatizante e cheia de dor do que a morte, mas ela é inevitável:
  • Cada um morrerá.
  • Antes de morrer, cada um vê a morte de muitos dos seus queridos.
  • Cada um vê a morte de toda a espécie de seres humanos espalhados ao seu redor: Ricos, pobres, brancos, pardos, negros, índios, bonitos, feios, doentes, saudáveis, etc.

A vida para poucos chega a seus limites naturais. A metade morre na infância e a outra metade na idade madura. Poucos chegam à idade da velhice.
A vida é no máximo. "Setenta ou oitenta  anos".
O que é para a maioria além desse limite "são anos difíceis".
A vida é para todos, simplesmente,  "a vida que passa depressa".
Isso tudo revela a fragilidade da vida humana.
3. A FRAGILIDADE DA VIDA HUMANA EXIGE QUE O HOMEM BUSQUE A DEUS ENQUANTO HÁ TEMPO.
O tempo pertence a Deus e não ao homem.
A brevidade da vida tem como causa o deplorável estado da humanidade diante do nosso Santo e Eterno Deus Criador.
É bem provável que, Moisés tinha em mente os 430 anos de escravidão no Egito e a a caminhada dos 40 anos de sofrida peregrinação no “imenso e pavoroso” deserto, rumo à terra prometida, consequentes da vida pecaminosa dos israelitas. Essa reflexão produziu esta magnífica e profunda oração.
Moisés disse que, foram 40 anos de caminhada num deserto, conduzido por por Deus, sendo o deserto cheio de serpentes abrasadoras, de escorpiões e de secura, em que não havia água, mas Deus fez sair água da rocha!” Deut. 8:15
Referente à alimentação, no deserto só há escassez, mas, Deus não permitiu ninguém entre o povo passar fome durante a peregrinação, alimentando-os com pão do céu e carne de aves.
A mensagem de Moisés neste salmo é que, sejam longos ou breves os nossos dias neste mundo, quando depositamos nossa vida nas mãos de Deus, nossos esforços e obras podem ser abençoados com valor divino, como disse o salmista: 
“Os feitos do Eterno são magníficos e majestosos, e sua justiça permanece para sempre. Ele fez memoráveis as suas maravilhas; o SENHOR é misericordioso e compassivo. Provê o sustento dos que o temem; porquanto, tem sempre presente a lembrança da sua aliança!” (Sl 111.2-5).
Buscar a Deus é a única alternativa que o homem tem para livrar-se das catástrofes desta vida e da morte eterna.
Moisés interpreta a morte neste texto como uma volta: “...fazes os homens voltarem...”
Tu reduzes o ser humano ao pó, afirmando: “Retornai ao pó, filhos dos homens!” (3)
Voltar é a natureza da morte. É nessa volta que o homem dará contas de si mesmo a Deus, porque, como disse o apóstolo Paulo:"...Pois todos havemos de comparecer perante o tribunal de Cristo, de maneira que cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus!" Rom. 14:10-12
O homem é pecador e por isso está separado de Deus. Reconciliação com Deus é a preparação para essa volta e encontro.
O maior anseio do homem é por satisfação, e ela só pode ser encontrada na esfera da presença de Deus e de Sua  Misericórdia.
Foi assim que o salmista procurou-a, orando: "Satisfaça-nos pela manhã com teu amor!" (14)
Sobre essa questão este salmo nos ensina que:
  • Nossas almas não podem ter satisfação sólida nas coisas terrenas.
  • Só o amor e a misericórdia de Deus pode satisfazer nossas almas.
  • Nada senão a satisfação em Deus pode encher nossos dias de alegria e contentamento. (John Cawood, 1842).

Reconhecendo a fragilidade da vida humana, o homem deve saber que, os dias mais tristes da terra podem se tornar alegres pelo sentir a presença e o amor de Deus na vida.
4. A FRAGILIDADE DA VIDA HUMANA DEVERIA LEVAR CADA  PESSOA, A APROVEITAR MELHOR CADA OPORTUNIDADE QUE DEUS LHE DÁ.  (4)
“Ontem” é um dia que se foi e dependendo do que foi feito nele, será um nada na memória, e irrecuperável.
Qual seria o sentido do que diz o salmista: “Ensina-nos, pois, a contar nossos dias, a fim de que possamos alcançar um coração verdadeiramente sábio!” ?(12) Esta oração tem vários sentidos interessantes:
  • Que com a vida todos os homens estão escrevendo uma história que é,  e será contada.
  • Que a história de cada um que será contada, querendo ou não, tem nela uma amostra de Deus:

Uns podem dizer que todos os seus dias são passados debaixo da ira de Deus, enquanto outros poderão dizer que, todos  os seus dias são passados debaixo do amor de Deus.
Nos dois casos “...todos os seus dias...”, são o resultado das escolhas e decisões individuais.
Imagine, qual será a sua história, que será contada lá na morte, lá no Juízo, e por toda a eternidade?
A vida é cheia de oportunidades dada por Deus a todos, para definir para o homem, como quer a vida neste mundo, e, também, na eternidade.
É insensatez para o homem, não preocupar-se e nem avaliar os seus planos e atitudes ao longo da vida, tirando Deus de seus projetos e ações.
Maior insensatez é não preocupar-se com a fatal prestação de contas diante de Deus.           
CONCLUSÃO
Um  texto áureo deste salmo é: “Ensina-nos, pois, a contar nossos dias, a fim de que possamos alcançar um coração verdadeiramente sábio!” (12), porque nele o salmista está a dizer como devemos fazer uso da vida neste mundo:
  • Buscando não as riquezas, honras humanas e mundanas, nem os prazeres mundanos, mas a sabedoria.
  • Que não se busque, apenas, a sabedoria mental e intelectual, mas a sabedoria interior e prática. A meta deve ser “alcançar um coração verdadeiramente sábio!” (12)
  • Que se busque esta sabedoria em Deus.

“Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, com grande alegria!” Tiago 1:5
Por causa do pecado, pela perversão tanto da mente como do coração, nossa capacidade própria é insuficiente.
Diante da brevidade da vida que se busque a Deus imediata e constantemente.
Sendo a vida boa ou desgostosa, a morte, que faz o homem tremer, é ferramenta abençoadora de Deus:
  • Como antídoto para os tristes!
  • Como remédio para os impacientes! Estes terão toda uma eternidade para resolverem o que tiverem que resolver.
  • Como sedativo para o  leviano e sem juízo.

Há um grande terror do olhar de censura e reprovação divinas para os incrédulos, que não servem a Deus, porém, proporcionalmente há sorrisos para os que se voltam para Deus e vivem para Ele.
A morte faz cessar tudo! Só não faz cessar a vida abundante que Cristo dá aos Seus servos, porque esta é eterna, como disse  o apóstolo João:
“Então, ouvi uma voz do céu, dizendo: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham!” Apoc. 14:13

APELO
Pela sua fragilidade a vida humana passa, mas para os que servem a Cristo, a vida é eterna!


Pr. José das Graças Silva Oliveira





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