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segunda-feira, 24 de março de 2014

ESTUDO BÍBLICO: Salmo 74

A INTERVENÇÃO DIVINA EM SITUAÇÕES ANGUSTIOSAS DA VIDA
Texto Bíblico: Salmo 74
Hinos: 334 CC e 329 CC, 330 CC
Lamento sobre a ruína do templo
Poema da família de Asafe.
74 Por que, ó Deus, esta rejeição sem fim, esta ardente cólera contra as ovelhas de teus pastos?
2 Lembra-te da comunidade que adquiriste desde a origem, da tribo que remiste como herança, do monte Sião, onde fizeste tua morada!
3 Dirige teus passos para essas eternas ruínas! O inimigo tudo devastou no santuário.
4 Teus adversários rugiram no lugar de tua assembléia, erigiram seus estandartes como insígnias.
5 Pareciam homens a brandir o machado em mata espessa,
6 ao despedaçarem todos os entalhos, a golpes de machado e malho.
7 Atearam fogo ao teu santuário, derrubaram e profanaram a morada do teu Nome.
8 Disseram em seu coração: “Juntos vamos oprimi-los!” E incendiaram, no país, todos os lugares de encontro com Deus.
9 Não mais vemos nossas insígnias, já não há profeta e não temos alguém, entre nós, que saiba até quando:
10 até quando, ó Deus, tripudiará o adversário? Blasfemará o inimigo teu Nome,sem cessar?
11 Por que retrais tua mão, e reténs tua destra contra o peito?
12 No entanto, Deus é rei desde sempre, é ele quem realiza vitórias na terra.
13 Com tua força fendeste o mar, e despedaçaste, sobre as águas, as cabeças dos monstros marinhos.
14 Esmagaste as cabeças do Leviatã e o serviste de alimento aos habitantes do deserto.
15 Fizeste jorrar fontes e torrentes, e secar rios impetuosos.
16 O dia é teu, é tua a noite; criaste a luz e o sol.
17 Os limites da terra estabeleceste; verão e inverno foram por ti determinados.
18 Lembra-te, em teu poder, de que o inimigo te ultrajou, ó Eterno, e de que o povo infame contra teu Nome blasfemou.
19 Não permitas que seja entregue às feras a alma de tua pomba, Israel, nem esqueças para sempre a vida dos teus filhos!
20 Considera a aliança, pois os esconderijos do país encheram-se de covis da violência.
21 Não permitas que o oprimido se retire humilhado! Faze que o pobre e o necessitado louvem o teu Nome.
22 Levanta-te, ó Eterno, e defende a tua causa; lembra-te de como os insensatos zombam de ti dia e noite.
23 Não ignores o rugido dos opressores, o alvoroço dos que se erguem contra ti, e destrói-os para sempre!
INTRODUÇÃO
Este salmo é um Maschil de Asafe. Um salmo instrutivo.
A história da igreja sofredora está presente aqui, e sempre edificante em meio aos seus grandes desafios.
O salmista lembra que está falando sobre o povo escolhido de Deus, libertado da escravidão, para ser propriedade exclusiva do Senhor. (2) NBV
O panorama visto pelo salmista é de desolação:
  • Os inimigos, possivelmente os caldeus, haviam invadido e destruído Templo e a cidade. A data provável seria 586 a.C. É possível que Jeremias 52:13-17 seja referência aos mesmos fatos.
  • Os símbolos da fé do povo de Deus foram substituídos por símbolos ímpios e idólatras. (4,9ª)
  • A vida religiosa do povo de Deus fora substituída por um mar de blasfêmias ao Nome de Deus. (10,22b)
  • O templo que era o maior monumento da fé israelita, fora destruído totalmente.

A intenção dos inimigos politeístas era destruir os dois monumentos fundamentais da fé do povo israelita:
  1. O Templo, lugar onde os israelitas criam que Deus falava dali. (7-8)
  2. A fé monoteísta que Deus deu ao Seu povo. (Êxodo 20:1-5)

Devido à apostasia dos israelitas algumas bênçãos divinas não estavam sendo recebidas:
  • A mensagem profética e consoladora desapareceu. (9). Tal mensagem  havia perdido a confiança e aceitação por parte do povo.

  • Desapareceram os milagres divinos  de libertação. (11-12)

Era uma situação que dava a entender que, Deus havia se afastado do Seu povo. Porém, sabemos que sempre é o homem que se afasta de Deus. Isso é o que registra o nosso texto, e por isso a  situação angustiosa nos ensina algumas lições.
1. EM SITUAÇÕES ANGUSTIOSAS, DEUS INTERVÉM QUANDO O BUSCAMOS COM CONFIANÇA  (4-17)
Este povo entrou em uma situação angustiosa, porque abandonou a Deus, substituindo-O por ídolos pagãos, e desobedecendo a Palavra de Deus.
Isso é o que acontece, quando o homem conhece a Deus e os seus propósitos, e deixa de viver conforme a vontade Dele.
Mas este salmo nos conforta ao deixar claro que, mesmo assim, podemos buscar a Deus com confiança através da oração:
  • Sendo específicos na oração (4-11)
  • Lembrando que Deus, sempre que o Seu povo o buscou, Ele perdoou e agiu em seu favor. (12-17)
Mesmo concluindo que a tragédia fosse resultado da “ira de Deus” contra o pecado do povo, a mensagem do salmista é que, mesmo que os Seus o abandonem, Deus como Pastor não abandona os Seus e intervém em favor deles.
2. DEUS INTERVÉM QUANDO O BUSCAMOS, CERTOS QUE O SEU PODER É ETERNO (16-17)
Os sinais citados no texto eram as manifestações miraculosas de Deus entre o Seu povo, e sempre serão um sinal de Deus entre os Seus servos.
O salmista sente-se confortável, lembrando-se das ações de Deus no passado, quando em ações miraculosas, abençoou e deu as vitórias que o Seu povo buscou nEle.
  • Criando e administrando tudo o que existe, e tudo para abençoar o homem que Ele criou. (16-17)
  • No êxodo abrindo o mar, para o Seu povo passar com pés enxutos, e com o mesmo milagre dando vitória cabal contra os egípcios. (15)
  • Fazendo jorrar água da pedra no deserto, para saciar a sede do povo (V. 15, Êxodo 17:1-7)

Neste texto, o salmista aconselha o povo a olhar para o passado, e ver que todas as vitórias no meio do povo foram de Deus.
Há um avivamento de fé,  quando em situações angustiosas, o povo de Deus olha para as vitórias dadas por Deus no passado.
Há avivamento de fé, quando consideramos a constante amostra do poder de Deus na natureza. (12-15)
Olhando para o passado, vendo o que lá Ele operou, podemos confiar inteiramente em Deus, porque “Deus é o mesmo ontem, hoje e eternamente!”
Nas Escrituras Sagradas Ele é constantemente chamado de DEUS ETERNO.
Deus nunca se cansa nem desiste de trabalhar e intervir por nós em nossas situações angustiosas!
3. DEUS INTERVÉM QUANDO FORMOS FIÉIS AO PACTO ASSUMIDO COM ELE. (19-21)
Deus rejeitaria os Seus  sem motivos? Se chegar ao ponto de rejeitá-los, caso se arrependam, esse poderia ser um motivo para perdoá-los e recebê-los novamente, e salvá-los de situações constrangedoras!
Há algumas coisas que precisamos temer como Igreja:
  • Dano ou destruição das nossas Doutrinas Fundamentais.
  • A existência de contendas e divisões dentro da igreja.
  • Depreciação e menosprezo do pecado quando presente na vida da Igreja.

São coisas malignas e qualquer uma delas  derruba uma igreja!
Devemos nos   cuidar e orar contra essas coisas.
A destruição da igreja é o alvo do  inimigo!
O conteúdo central do texto tem tudo a ver com a relação de Israel com Deus:
  • Israel era o povo de Deus!
  • Israel era a Congregação de Deus.
  • O Templo era o santuário escolhido por Deus para as Suas manifestações!

Porém, o povo de Israel esqueceu-se de todos estes privilégios, e afastou-se de Deus, e tudo o que era bom acabou sendo substituído por muitas transgressões.
Devemos nos lembrar que, quem enche as ruas e casas de transgressão e crueldade  são os homens e não Deus.
Os homens amam substituir a luz pelas trevas, praticando obras más. João 3:19-20
Satanás é o dominador das trevas mundanas. (II Cor. 4:4 e Ef. 6:10-18
A solução para tudo isso é a nossa comunhão e intimidade com Deus.
Se nos mantivermos fiéis a Deus, com certeza todas as nossas causas serão causas dele e poderemos fazer a mesma oração do salmista: “Levanta-te, ó Deus, defende a tua própria causa...” (22). 
Vivendo em fidelidade a Deus, podemos nos assegurar que, todas as nossas situações serão causa Dele. Podemos buscá-Lo em oração!
As nossas causas são, também do Senhor!
Deus mesmo defenderá a esperança que depositarmos nele em nossas causas!
É isso que comoverá o Senhor, para que se levante e intervenha em nosso favor.
4. DEUS INTERVÉM QUANDO FORMOS SUBMISSOS A SUA SOBERANA ONIPOTÊNCIA. (12)
Desde Abraão em todas as Suas alianças com o Seu povo Deus prometeu ser o Guardião, que daria segurança e bem-aventurança.
Não há o que temer, pois, podemos ver desde a antiguidade, em Sua  soberania, Deus trabalhando e operando salvação entre os Seus servos.
O salmista vê em Deus o Criador e Salvador eternamente poderoso para:
  • Adquirir e remir o Seu povo! (2,12)
  • Libertar o Seu povo! (19-20), e
  • Consolar os Seus servos fiéis. (21)

Se deixarmos de confiar na carne, confiando e sendo submissos à onipotência de Deus, certamente Ele estará do nosso lado para nos abençoar e dar-nos a vitória.
CONCLUSÃO
Quando vemos como os fiéis de todos os tempos confiaram em Deus, e lutaram com ele em tempos de muita aflição, aprendemos como devemos nos comportar em circunstâncias semelhantes.
A finalidade da mensagem do salmista é enfatizar que, em todas as situações o crente deve confiar em Deus.
As antigas mostras do poder divino são razões para buscarmos em Deus livramentos no presente (12-23).
O segredo da vitória é cuidarmos para que a nossa causa esteja sempre identificada com os propósitos e vontade de Deus.
Assim, podemos orar: “Levanta-te, ó Deus, pleiteia a tua própria causa!” (22)
Deus é fiel para com os chamados à comunhão com Ele.

Pr. José das Graças Silva Oliveira




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