http://igbavitoria.blogspot.com.br/

segunda-feira, 9 de abril de 2012

ESTUDO BÍBLICO


UMA ORAÇÃO COMPLETA   

Texto Bíblico: Salmo 30
A restauração vem do Senhor
Salmo e cântico de Davi para a dedicação da
Casa ao Senhor.1
30- Eu te exalto, ó SENHOR, pois que me reergueste e não permitiste que meus inimigos escarnecessem de mim.
2- SENHOR meu Deus, a ti clamei por livramento e tu me curaste.
3- Ó SENHOR, tiraste-me do fosso da morte; pouco antes de descer à cova, devolveste-me a vida.
4- Cantai louvores ao SENHOR, vós que sois seus servos, e daí graças ao seu santo nome.
5- Pois sua fúria dura um só instante, mas sua misericórdia prolonga-se através da vida. O pranto pode durar uma noite, mas a alegria nasce ao romper do dia.
6- Em meio a prosperidade, afirmei: Jamais serei abalado.
7- Foste tu, ó SENHOR, que por tua mercê, estabeleceste a minha força como uma montanha; contudo, ao encobrires a tua face, fiquei aterrorizado.
8- A ti, ó meu Deus, clamei. Ao SENHOR supliquei misericórdia.
9- Que proveito haverá em meu sangue, se me fizeres descer à sepultura? Acaso louvar-te-á o pó? Poderá ele proclamar a tua fidelidade?
10- Ouve, SENHOR, e tem misericórdia de mim; SENHOR, sê tu o meu socorro.
11- Converteste o meu pranto em dança; substituíste meu traje de luto por roupas de alegria.
12- Para que todo o meu ser cante louvores a ti e não se cale. Ó SENHOR, Deus meu, ações de graças te dedicarei por todo o sempre.
Introdução
Em algumas traduções da Bíblia, bem como no AT em hebraico, o subtítulo “Salmo e cântico de Davi para a dedicação da Casa ao Senhor” é considerado como o primeiro versículo do salmo.
Davi nos ensina, que mais importante do que começar bem, é terminar bem. E nos ensina, também, que a forma em que isto possa acontecer é desenvolvendo uma vida de oração.
Como praticante de uma vida de oração Davi enfatiza no texto os componentes de uma oração completa.
1. ELA INCLUI O LOUVOR. (1-3)
“Eu te exalto, ó Senhor!” (1) “...Ó SENHOR, Deus meu, ações de graças te dedicarei por todo o sempre!” (12)
Louvor por causa da bondade de Deus que livra e cura. (1-2)
Louvor por causa das vitórias derramadas por Deus. (1)
O texto aponta para a celebração, que atualmente ainda há entre os judeus, chamada de Hanuká, comemoração da dedicação do altar do templo.
Davi consagra seu palácio real ao Senhor, e ensina o povo a consagrar as suas vidas, e suas casas ao Senhor, ao oferecerem as primícias a Deus.
Os judeus criam, que ao consagrar as suas casas a Deus, testemunhavam ser arrendatários de Deus, confessando-se estrangeiros, e que Deus era o anfitrião, que lhes concedia a moradia.
Esta cerimônia de consagração era levada tão a sério pelos judeus, que uma família só declarava sua residência “consagrada”, quando se sentia segura para afirmar que aquela “casa” podia ser considerada como um “santuário de Deus”, porque ali reinava genuína piedade e o imaculado culto a Yahweh.
Dentro deste clima, Davi em oração louva a Deus, reconhecendo as bênçãos recebidas:
1. Havia recebido de Deus a restauração da própria vida.
2. Havia recebido de Deus a restauração do reino.
Sempre há motivos para louvarmos a Deus em oração pelas bênçãos e vitórias que derrama sobre nós. A oração deve incluir o louvor.
2. ELA INCLUI A CONFISSÃO (5-7)
Davi cometeu, contra a vontade de Deus, provavelmente o erro de contar o número de pessoas que havia em seu reino, e isso desagradou a Deus, e resultou na morte de milhares de pessoas e tudo por culpa dele.
Devido a esse erro em sua vida, o salmista se vê em um momento de fúria, indignação divinas, e pranto por alguns instantes ou até noites inteiras, mas tem a certeza de que depois viria a alegria por toda a vida. (5)
Uma ideia que tenho sobre essa situação de Davi é que ele passou a ter noites de insônia e inquietações, com falta de uma consciência em paz. Devido a sua falha ele sentiu a indignação divina.
O termo hebraico para “indignação”, significa ira momentânea do Senhor com repreensão e correção severa e amorosa, mas nunca sem a sua sublime misericórdia e proteção para com os seus servos.
No Novo Testamento temos, também, esse conceito de “tristeza que produz alegria”.
“Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação!” (II Cor. 4:17)
Jesus falou com os seus discípulos sobre a Sua morte, ressurreição e Sua volta para o Pai. Ele sabia da angústia e tristeza que os discípulos enfrentariam devido a sua morte, mas garante que toda a tristeza seria transformada em alegria permanente com a Sua ressurreição.
Desta maneira, Jesus conversou com eles, encorajando-os com a seguinte palavra de consolação: “Em verdade, em verdade eu vos digo que chorareis e vos lamentareis, e o mundo se alegrará; vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se converterá em alegria. A mulher, quando está para dar a luz, tem tristeza, porque a sua hora é chegada; mas, depois de nascido o menino, já não se lembra da aflição, pelo prazer que tem de ter nascido ao mundo um homem. Assim também agora vós tendes tristeza; mas outra vez vos verei; o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém poderá tirar!” João 16:20-22
O nosso texto revela, também, que algum momento de prosperidade na vida de Davi tirara dele o que há de mais importante na vida de um servo de Deus: a confiança e dependência total nas provisões de Deus.
O que Deus fizera por Davi o levara a sentir-se poderoso e independente de Deus, então Deus escondeu Sua presença revelada e ele confessou sentir a Sua falta.
Davi confessa esse pecado e reafirma a sua dependência de Deus, deixando-nos como exemplo a lição, de que em nenhuma circunstâncias podemos nos esquecer, que tudo o que somos, tudo o que conseguimos só é possível mediante a graça e mão ajudadora do nosso Deus.
Ele aproveita para confessar a Deus e ao seu povo sobre o quanto ele depende do Senhor!
Precisamos sentir, que sempre somos totalmente dependentes da graça e misericórdia do Senhor. A oração deve incluir a confissão!
3. ELA INCLUI A SÚPLICA (2)
Clamei por livramento e tu me curaste. (2)
O termo רפא rapha significa “curar”, “restaurar”, “recompor”, “reformar”, “livramento importante”.
Davi clamou e Deus respondeu-lhe, abençoando-o com cura física, emocional e ainda o deu vitória contra todos os seus inimigos.
Davi passava por dois perigos muito grandes em sua vida:
1. Ele esteve muito doente, à beira da morte. (2-3)
2. Ele foi perseguido cruelmente por seus inimigos que, como lobos vorazes, procuravam destruí-lo e festejar sua derrota, derramando o seu sangue. (1)
Esta expressão דליתני “içar de um poço”, literalmente seria: “Tu me tens içado para fora de um calabouço”. Davi se viu próximo do sepulcro, das profundezas, do pó ou do lugar dos mortos.
Diante da situação que envolvia doença e perseguição, Davi suplicou a Deus, que ouviu a sua oração, e nos ensina que uma oração completa inclui a súplica.
4. ELA INCLUI O TESTEMUNHO
Há muitas orações, que mais parecem um muro de lamentações. Orações que são um verdadeiro choramingar sem fim! Parecem orações a um Deus distante que não tem abençoado. São orações que não testemunham de algo que Deus tem feito na vida daquele que está orando.
Davi narra em sua oração, o que Deus fizera por ele, transformando completamente as suas circunstâncias.
Esta é uma atitude que deve caracterizar a vida de todos os servos de Deus, em especial quando estiverem orando.
A confissão de Davi foi, também, um testemunho contra a sua arrogância e auto- suficiência.
O vocábulo שלוה shiluah significa uma falsa segurança, que em circunstâncias desfavoráveis, podem induzir o crente a crer que seja autossuficiente, esquecendo-se de confiar e depender inteiramente do Senhor.
O maior inimigo do homem é o seu “eu”, quando assume o lugar que pertence somente a Deus, e por isso uma das maiores vitórias do homem é vencê-lo a si mesmo.
Davi reconheceu que cometeu este pecado, e o confessa, dando testemunho da sua vitória contra si mesmo.
É muito interessante e saudável, desenvolver auto-estima e auto-confiança elevadas, desde que essas virtudes não se transformem em arrogância, soberba, e desvio do Senhor.
O verdadeiro crente não pode enquadrar-se na seguinte descrição: “Falei contigo na tua prosperidade, mas tu disseste: Não ouvirei. Tem sido este o teu caminho, desde a tua mocidade, pois nunca deste ouvidos à minha voz!” Jeremias 22:21
Na prosperidade e momentos em que tudo nos está favorável, precisamos também da orientação e bênção divinas. Precisamos testemunhar nestes momentos importantes da vida.
As nossas orações públicas têm sido uma demonstração pública somente de egoísmo, de lamentações, ou um testemunho das maravilhas que Deus tem operado em nossas vidas?
CONCLUSÃO
Davi está consciente de todas as lutas e dificuldades, que um servo de Deus pode ter, mas nos encoraja a descansar em Deus, em oração.
Ele luta contra as suas tendências destruidoras como a arrogância e autossuficiência, aprende e ensina que Deus sempre deve estar presente em nossas conquistas.
“Os néscios são mortos por seu desvio, e aos loucos a sua impressão de bem-estar os leva à destruição! Mas o que me der ouvidos habitará seguro, tranquilo e sem temor do mal” Prov. 1:32-33
A verdadeira segurança só há na presença, direção e dependência do Senhor em nossas vidas.
No testemunho em sua oração, o salmista deseja que todos saibam da mudança ocorrida em sua vida.
Luta também, contra a doença e contra muitos inimigos que querem destruí-lo, mas testemunha de sua fé, que em oração vence.
Ele saiu do pranto à dança (costume oriental em seus dias), do pano de saco à alegria, do silêncio ao louvor. Como diz o provérbio popular “Depois da tempestade vem a bonança!”
Davi nos ensina, que a oração completa inclui: Súplica, louvor, confissão e testemunho, e testemunha que a oração é o caminho da vitória.

Pr. José das Graças Silva Oliveira

Nenhum comentário:

Postar um comentário